A morte da atenção, da memória (e do que mais) ?

Estamos vivendo uma crise criada por nós mesmos. Não sei ao certo as causas. Talvez o que comamos, talvez o que bebamos. Ou a quantidade de informação inútil que absorvamos, a pandemia… enfim. Eu estava pensando no que escrever, mas me distraí e esqueci. Algumas palavras me vieram à mente, mas sumiram rápido. Repentinamente lembrei das aulas do semestre retrasado, mas esqueci os nomes dos professores – era o mais importante, afinal.

Ah ! Os professores! Eles sabem de algo. Eles não esquecem. Treinam suas mentes todos os dias. Dão aulas impecáveis há anos. Conhecem todos os truques. Mas cedo ou tarde, até eles vão esquecer. Deveriam ser de aposentadoria proibida. Cada dia sobrevivido na sala de aula, após certa data, deveria ser recompensado exponencialmente, até que a mestra, exaurida, dissesse: – Chega ! E caísse morta em meio a uma grande festa dos alunos.

Pronto. Variei, perdi o foco. Esqueci de novo. A humanidade termina assim, sem memória ou meta. Vamos esquecer o que fizemos de mal, o que fizemos de bom. Vamos esquecer a quem. Apagar parentes, amigos, desafetos. Apenas um dia limpo e uma tremenda ressaca déjà vu. Talvez a gente perceba, enfim, que o único caminho é a cooperação. Sem espertalhões, sem pilantragem, sem esquemas ou corrupções. Sem dinheiro. E todo apoio ao jovem, mesmo com as síndromes e transtornos que se multiplicam.

Mas um aviso. Os pobres e famintos que criamos – esses vão esquecer por último. E acho que não vamos gostar de suas memórias. Porque o mal agora é o que entra na boca do homem.

Existe um livro intitulado “Atención y memoria” de A.R. Luria, que vale a pena ler, mesmo em espanhol.

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