Por Paulo C. Santos – 04/08/2024.
Neste domingo, pudemos ver a atleta de salto em altura chegar ao sacrifício pessoal para honrar nosso país nas Olimpíadas de Paris. Valdileia Martins perdeu o pai no dia 29 de julho, tendo sido avisada do fato por telefone, pela irmã. Mesmo assim, partiu para a competição. Na prova de hoje, ela teve de abandonar a prova antes do primeiro salto, devido a uma lesão no pé esquerdo, obtida na prova anterior. Mas demonstrou equilíbrio, força e resiliência. Ainda assim, nossa Léia (como os amigos a chamam) avança, devido à pontuação já obtida. Ela saltou, anteriormente, 1,92 m. Igualou o recorde de 1989 de Orlane Maria dos Santos, que conquistou a marca em Bogotá, na Colômbia. Com sua marca, Leia ficou em sexto lugar na classificação olímpica e vai para a final.
No fim da prova de hoje, o repórter do SportTV (sistema Globo) abordou a atleta ao vivo e fez perguntas sobre a lesão. Léia demonstrava esperança na recuperação e a costumeira resiliência e equilíbrio. Foi quando o repórter desferiu seu golpe baixo: Falou sobre a morte do pai de Leia, quedesabou em prantos. Ela relatou o ocorrido com o pai e, claramente, esta cena patética – provocada por um profissional que desconhece os próprios princípios editoriais da Rede Globo – a desestabilizou. O repórter e seus editores bem mereciam um processo por traição à nação e o esporte brasileiros. Eles me lembraram a “imprensa marrom” da década de 1970 – o pior do jornalismo nacional.
Tenham certeza de que o repórter e seus editores vão para a galeria do mau gosto e da falta de sensibilidade dos telespectadores brasileiros, principalmente porque a entrevista foi veiculada de novo, após às 18 h na Rede Globo.
Apesar desse episódio lamentável, esperamos um mea culpa da Globo, um pedido de desculpas ao público e à atleta, além de apoio, muito apoio – inclusive psicológico – para que ela consiga elevar ainda mais o espírito olímpico desta nação. Resta a certeza de que Léia vai fazer o possível e o impossível.
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