O problema é: Morfossintaxe

Língua Portuguessa II. Morfossintaxe (MS). Um desastre anunciado para mim. As classes das palavras e as suas funções. Sem memória curta, seria impossível fazer uma análise, fazer a ponte entre os dois domínios. Provavelmente o culpado é o meu hipocampo. Apesar de meus esforços, de ter conseguido o livro-texto (Henriques), das notas de aula minunciosas, do exímio professor, nada feito. Minha prova foi medíocre. Eu já sabia ao final dela.

Desde o ensino básico, eu notara minha incapacidade morfossintática. Sempre fui muito bom, no resto, mas o buraco negro morfossintático na minha cabeça só aumentou com a Covid e a idade.

Comecei tentando elaborar um esquema de classes de palavras no FreeMind.

Em seguida, um de funções sintáticas.

Mas eles diminuiram pouco meus problemas. Simplesmente, eu não conseguia me lembrar, nem ao menos me concentrar. Imagine uma TV antiga. Antigamente, quando a programação acabava, o canal saía do ar e depois era só estática. Radiação cósmica de fundo, diziam. Hoje em dias, os canais digitais nunca saem do ar. Mas minha mente é assim para morfossintaxe: Uma TV velha. Para o estudante que pretende se especializar em linguística computacional, soa como uma pena de morte. Se ao menos eu pudesse ensinar os computadores a ajudarem estudantes problemáticos como eu, ficaria satisfeito.

O fato é que os LLMs (Large Language Models) são bons em morfossintaxe. Cada vez que eu peço ao Pilot, ChatGpt, Bard ou Lhama para decompor uma oração, eles mostram um relativo sucesso, alguns com uma leve dose de estupidez. Mas depender de um LLM não adianta. Sei que eles atravessam um período inflacionário. Basta acompanhar os preços e as limitações crescentes de tokens.

Eu gostaria de trabalhar num programa que pudesse ensinar morfossintaxe aos alunos, com milhares de exemplos. Tenho a ilusão de que construindo algo assim vou acabar dominando a disciplina.

Aqui estamos de volta: linguística computacional. Um dos ramos da computação, ou da linguística, da psicologia ou da neurociência. Nasceu da interdisciplinaridade.

Perguntei ao Pilot sobre os maiores projetos nacionais na área de linguística computacional. Em seguida perguntei sobre os projetos mundiais.

Parece que um modo de dominar a MS é participando de um projeto desses além de militar por uma IA brasileira. Deve funcionar para mim: mergulhar de cabeça em algo que não sou bom, usando ferramentas nas quais sou ótimo: linguagens de programação.

Enquanto o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial promete 23 bilhões de reais entre (2024-2028), parece improvável que essa verba se materialize, devido à “fome” do Congresso Nacional e às perspectivas eleitorais futuras. Os 77 milhões de euros do governo português parecem mais realistas.

Quanto a minha nota do semestre, por enquanto não parece promissora.