O caso CrowdStrike

Não creio que o caso CrowdStrike tenha recebido a devida consideração até o momento. A atualização de uma ferramenta de proteção cibernética – a Falcon – usada por um terço das companhias que movimentam teradados do mundo, foi responsável pelo travamento dos servidores Windows dessas poderosas organizações. Reservas de voos pararam. Também pararam hospitais, instalações de helpdesk, cartões de crédito, máquinas de dinheiro (ATMs), supremos tribunais. Atrasou até a chegada dos olímpicos a París.

A solução seria simples: baixar e instalar a correção. Mas para isso seriam necessários operadores humanos, para reiniciar as máquinas, entrar no modo de segurança (sem rede), remover o arquivo ruim, reiniciar as máquinas sem a proteção e instalar de novo o Falcon. Uma pequena janela para os hackers. Claro, isso tem solução no departamento de redes das organizações. Mas a demanda por humanos torna-se interessante. Isso porque, em face da pouca disponibilidade de mão de obra, a indústria de TI automatizou quase tudo. Pessoas são raras hoje em grandes datacenters.

É uma crise sem precedentes na história da tecnologia. E nos mostra que a tradicional sequência de boot do Windows está precisando de uma revisão. Na verdade, precisamos pensar novamente na teoria de sistemas de von Bertallanfy, suas regras e limitações. De volta ao básico. Sistemões, que dependem de sistemas, que dependem de sisteminhas que cabem num pendrive. Estamos perdendo alguma coisa na paisagem.

Veja o alerta do governo brasileiro sobre o problema [ https://www.gov.br/ctir/pt-br/assuntos/alertas-e-recomendacoes/alertas/2024/alerta-10-2024 ]

Veja a confusão que deu no mundo todo [ https://www.bbc.com/portuguese/articles/c3gwzqe3287o ]

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