Tenho 62 anos e sou servidor (técnico de TI) numa das justiças do Rio, há vinte e nove anos. Tenho, portanto, mais de dez anos até a aposentadoria compulsória – apesar de já ter direito a ela, não a desejo.
Formado em Informática em 2006 e tendo transitado em diversos cursos de graduação da UERJ, da UFRJ e da UNIRIO (nove no total), trabalho atualmente com bancos de dados de sistemas processuais. Basicamente, eu conserto coisas que deram errado por inadequação dos sistemas – uma tarefa muitas vezes tediosa.
Estudo inteligência artificial de modo independente. Ainda não comecei um curso de extensão em inteligência artificial (IA), mas é a meta para 2024. Por enquanto, realizei vários cursos esparsos sobre o assunto. É importante notar que a graduação de um técnico rende um valor adicional no contracheque, sendo esse valor atribuído mensalmente (por volta de US$ 25,00). Ao final de um ano, dá para comprar um bom livro ! Em meu trabalho já se usa IA, mas são recursos ainda não disponíveis para mim. Meu interesse em IA vem da constatação de que os sistemas processuais serão mais úteis para todos, se entenderem a linguagem natural – escrita e falada. Mesmo um sistema projetado privadamente teria grande repercussão no mercado, com grande lucro potencial. Projetar agora e vender depois: – uma boa ocupação para um aposentado, afinal !
Em 2021, após uma convalescença difícil de Covid-19, tornei-me professor de física, voluntário EAD, e assessor de TI no Pré-Vestibular Social Adelaide Barbosa – um curso para comunidades carentes. Desde aquele ano, conseguimos colaborar para colocar vários alunos em faculdades públicas.
Interesso-me pelo ensino da língua inglesa e, em 2022, após um desafio de meus alunos, ingressei na UERJ onde cursei o primeiro semestre. Foi uma grade pesada para mim àquela altura e tive de optar por largar duas disciplinas (Prática de Interpretação de Textos I e Língua Latina I), concluindo outras cinco no semestre. Voltei em 2023.2, cursando menos matérias e direcionando o estudo apenas para a língua inglesa e seu ensino. Dentro desse ambiente, a linguística tem sido uma excelente ajuda para o entendimento dos problemas de alunos do PVS, figurando como a “rainha das ciências” de meu curso de letras. Ela também apresenta uma base sólida para o estudo do processamento de linguagem natural e, IA. Além disso, é útil para o entendimento do Alzheimer, que se abate hoje sobre minha família.
Pretendo desenvolver uma proposta curricular de inglês para o PVS e ministrar aulas usando as técnicas aprendidas na UERJ. Sinto-me cada vez mais preparado para essa tarefa. No entanto, interagir com alunos muito jovens tem sido um desafio. Sempre pauto minhas interações com a turma e professores pelo preceito de estar em sala para ajudar servir a todos na melhoria do ensino e da qualidade de vida. A excelência desses professores e professoras, no entanto, traz à tona problemas e dúvidas – sou mais aluno hoje que colaborador ! Isso me soa um tanto egoísta, pois vagas são para os jovens, prioritariamente.
Muitas vezes me pergunto se eu deveria estar na UNATI / UERJ – Universidade da Terceira Idade. Mas, novamente, vem um certo egoísmo e também uma culpa, por beber as ideias desse jovens geniais. Assalta-me, temporariamente, a tal síndrome do impostor: – A essa altura da vida, é esse realmente o meu lugar ? Mas a resposta vem rápida do subconsciente: – Mostrem-me um lugar melhor !
Sê o primeiro