A “Corrida Maluca” da Inteligência Artificial no Poder Judiciário.

Este é o irônico título do texto do magistrado Fábio Ribeiro Porto1, endereçando o problema da profusão e redundância dos projetos de IA nas justiças. O texto faz parte do livro “Inteligência Artificial e Aplicabilidade Prática no Judiciário”2.

Baixe o livro e leia o artigo na página 103.

“Costumo dizer, ironicamente, que estamos vivenciando uma “corrida maluca”41 por IA, isso porque, vários Tribunais sem orquestração e sem alinhamento estão buscando o mesmo objetivo, duplicando esforços e projetos, com desperdício de força de trabalho e dinheiro público. Todos querem um “robô” para chamar de seu.”

“A solução para tratar desse problema e aperfeiçoar o modelo é utilizar a Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ – Resolução CNJ n. 335/2020) conjuntamente com a Plataforma SINAPSES55 de modo a entender o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial, como uma verdadeira política pública56.

O desenvolvimento comunitário e coordenado dos modelos de inteligência artificial é um projeto ousado, mas precisamos optar entre agir e tentar melhorar, correndo o risco de errar, para depois corrigir, ou estacionar e esperar a situação piorar. Afinal, como disse Umberto Eco, estamos numa “espécie de balsa que nos levará a um presente ainda sem nome”60, que seja um presente onde possamos enxergar o Judiciário como Plataforma (onde todos os Tribunais estão integrados, unidos e desenvolvendo os modelos de IA de forma comunitária), pois não estamos em crise, mas, em constante transformação.

  1. Fábio Porto é Juiz de Direito e Professor Universitário. Professor Palestrante da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ). Pós-Graduado em Direito Privado na Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Direito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Juiz Auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça. ↩︎
  2. Coordenação:Valter Shuenquener de Araújo e Marcus Livio Gomes. Organização: Doris Canene. ↩︎

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