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O combate ao nazismo brasileiro é uma farsa ?

Estamos em 2001. Estréía a série 24 horas, com o ator Kiefer Sutherland, no papel do perturbardo agente Jack Bauer. Jack, em uma situação de perseguição a terroristas, encontra-se na porta de garagem automática de um grande condomínio. Enquanto isso, ele entra em contato com seus colegas da unidade antiterrorista e solicita o código para que possa entrar na garagem. Nessa cena, é possível presumir uma imensidão de possibilidades. Primeiramente pode-se assumir que os condomínios sejam obrigados, por um órgão de segurança, a registrar um código para que os agentes da ordem entrem na garagem de maneira imediata. Desse modo, também se presume que o governo seja confiável a ponto de guardar os ditos códigos — e usá-los apenas em casos de segurança nacional.

Em um corte de cena, passamos ao ano de 2022. No Brasil, o Governo Federal é censurado pelos tablóides jornalísticos por causa do seu site, www.gov.br, cujo domínio guarda todas informações dos cidadãos brasileiros – feito este que já havia sido começado pelo governo Temer e sonhado por todos os governos desde a revolução de 1964. Aos bancos brasileiros, a administração Bolsonaro oferece, a título de degustação, acesso a dados pessoais e bancários de todos cidadãos ali registrados, fato que deveria ser tratado como um escândalo nacional, mas a onda de indignação rapidamente se dissolveu em meio a tantas outras indignações relativas àquele governo. Boa estratégia.

Um pouco mais adiante, chegamos ao primeiro domingo de abril de 2023. O programa ‘Fantástico’, transmitido pela Rede Globo, divulga uma reportagem sobre o crescimento de grupos neonazistas em solo tupiniquim. O planeta inteiro parecia ter concordado, em algum momento, que o nazismo e o fascismo são doenças da sociedade. Agora, por outro lado, parece que há uma dúvida no ar, visto que esses grupos voltam a se multiplicar e a sociedade não reage à altura deste insulto. Em recente pesquisa, milhares desses grupos se aproveitam da frouxidão dos protetores da constituição. A maioria no estado de Santa Catarina.

É fato que a ciência e a tecnologia, principal e especialmente a inteligência artificial, permitem localizar, controlar e sufocar tanto grupos neonazistas, como outros grupos criminosos. Para isso, o governo precisa ter acesso a alguns dados apenas, seja de cidadãos ou empresas; então o que falta? Ao governo federal e a governos locais em geral, falta a credibilidade e a vontade política pois, com a moderna ciência de dados, é possível até correlacionar a baixa venda de desodorantes ao desenvolvimento de células nazistas em determinado bairro (é uma brincadeira, mas é sério também). Então, não há desculpas, é mais do que possível controlar o crime através dos dados. Porém, muitos questionamentos se desdobram diante desse fato: o que o governo vai fazer com esses dados? Quem controla os controladores?

Por esses desdobramentos, chegamos, então, à questão da lei. Nos idos de 2004, na Operação Satiagraha, da Polícia Federal, o especulador Nagi Nahas acabou solto e o delegado responsável pela operação foi perseguido e “presenteado” com uma ordem de prisão. Ele teve de se retirar do país para evitar que fosse realmente encarcerado. Sim, nossas leis são confusas, tendenciosas, ineficientes e elas foram criadas desta maneira por um único motivo: salvamento de políticos bandidos e seus aliados. Refletir sobre isso evidência ainda mais o fato de que a sociedade precisa tomar uma decisão urgente. Até quando as pessoas pretendem continuar passando a mão na cabeça de políticos, executivos públicos corruptos, crianças assassinas, oportunistas digitais e todas suas mesclas e variantes ? Quando elas vão realmente determinar como será o seu futuro ?