Navegadores Solares

MOTIVAÇÃO PARA ESTE PROJETO

O personagem Alex Kamal, na série “The Expanse“, pede à IA da nave Rocinante que trace uma trajetória até a lua jupiteriana Ganimedes, sem a ajuda dos motores; apenas com efeitos gravitacionais e poucos ajustes dos propulsores. Você imagina a complexidade desta tarefa ? Segundo a Wikipedia, até a data de hoje (05/03/2025) eram conhecidas 95 luas do gigante do sistema solar.

Centenas de alunos brasileiros, desde o ensino básico, são apaixonados pelas ciências exatas e do espaço ou demonstram potencialidades afins. Torna-se evidente que o estímulo a esses estudantes poderá criar uma massa crítica de pessoal adequado a nossa indústria e ciência do espaço. O declínio do ambicioso programa espacial brasileiro, por falta de recursos e problemas de segurança, não pode ser aceito como definitivo. Ainda é possível colaborar no esforço espacial nacional e internacional, mas sob condições mais realistas e ainda viáveis – aproveitando o que já foi feito em termos de pesquisa e infraestrutura. Não aceitamos a possibilidade de desmonte do esforço espacial brasileiro; vemos sim, sua adaptação e preparação para tempos melhores.

“Um assunto para se pensar: Na década de 60, quem fazia pesquisa espacial eram os Estados Unidos e União Soviética. Hoje temos China, Estados Unidos, Índia, Rússia, Israel, Europa (ESA), Japão, Emirados Árabes Unidos, França, Alemanha, Argentina, Austrália, Argélia, Canadá, Coréia do Sul, Espanha, Itália, México, Holanda, Reino Unido, Suécia, Suíça, Ucrânia, Portugal. Desses, só quatro não operam satélites diretamente (Portugal, Suíça, Holanda e México). Além disso, há 11 empresas espaciais privadas em associação com a NASA, norte-americana. Em 2025 ou 2026, teremos finalmente uma mulher, ou várias, na Lua.

Parece que o futuro dos físicos está mesmo na exploração espacial. e não somente no espaço, mas no apoio em Terra firme”

Hali Omani, I2

PROPOSTA

O programa “Navegadores Solares” pretende reunir estudantes capazes de traçar rotas entre asteroides, planetas e luas do sistema solar, chegando aos seus destinos com um gasto ótimo de energia. O projeto parte de trẽs princípios básicos: o domínio da mecânica, cinemática e ciências astronáuticas, o conhecimento da estrutura do sistema solar e o conhecimento das tecnologias de propulsão e controle. A partir da equação da força gravitacional desenvolvida por Newton e dos estudos de Kepler, os participantes vão entendendo como se comportaria uma nave de massa conhecida em sua viagem pelo nosso sistema. As características dos objetos celestes locais são estudadas; os perigos (como a faixa de asteróides) vão ficando mais conhecidos. Com o tempo, os estudantes se engajarão em verdadeiras corridas espaciais, com contagem de pontos e premiações. Um sistema informatizado disponível na web servirá como instrumento de registro das viagens. Os navegadores serão cadastrados e submetidos a testes regulares, exatamente como numa academia – a Academia Solar – faria. Pretendemos concorrer a prêmios de agências nacionais e internacionais de fomento a ciência.

Os Navegadores Solares não serão meramente um grupo de aficionados por jogos ou filmes de ficção científica. A sua Academia Solar treinará nossos melhores navegadores, pilotos, especialistas em comunicação, engenheiros de propulsão etc. Precisaremos deles para calcular as rotas de sondas, seus perfis de consumo de energia e a influência de fatores como o vento solar no progresso das viagens.

Popularizando a ciência da navegação espacial, o projeto abrirá mundialmente as portas das agências espaciais para nossos promissores recursos humanos, além de localizar mão-de-obra voluntária para projetos no Brasil

Os usuários poderão fazer verdadeiras “viagens no tempo”, pois poderão escolher dentre milhares de missões reais, já completadas e assumir papéis nessas missões. Poderão treinar as habilidades necessárias e executar pequenas tarefas com ajuda de colegas, ou poderão trabalhar sozinhos, sendo assistidos por navegadores experientes. Poderão até mesmo recriar missões que falharam, tentando descobrir os problemas e solucioná-los. De início, exige-se que as naves sejam historicamente reais, com especificações reais. Mas nada impede que novos tipos de artefatos sejam testados, com base em novas especificações. Isto certamente aumentaria a segurança dos novos veículos do mundo real, pois mais perguntas e respostas apareceriam.